quinta-feira, 1 de outubro de 2015

MENINO TEVE BRAÇO AMPUTADO DEVIDO A ERRO MÉDICO

(Foto: Tacyane Machado)Garoto sofreu uma fratura no braço após cair de um
cavalo (Foto: Tacyane Machado)

Laudo confirma que menino teve braço amputado devido erro médico
Criança passou por cirurgia após sofrer fratura exposta ao cair de cavalo.
Família ingressou com ação na 4ª Vara Cível da Comarca de Parnaíba.

14/07/2015
Laudo de negligência (Foto: Reprodução)Laudo do IML conclui que houve negligência médica (Foto: Reprodução)

O laudo do exame de corpo de delito feito em um garoto de 13 anos que teve o braço amputado no Litoral do Piauí, comprovou que a remoção do membro aconteceu devido à negligência médica. A criança sofreu uma fratura exposta quando caiu de um cavalo em Chaval, no Ceará, e buscou atendimento médico em Parnaíba.
José Diemerson sofreu uma fratura no braço após cair de um cavalo

Na época, a família registrou um boletim de ocorrência no 2º Distrito Policial por acreditar que houve erro médico durante a internação do menino no Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda). Em posse do resultado dos exames, a família ingressou com ação na 4ª Vara Cível de Parnaíba cobrando reparação por danos morais, materiais e estéticos no valor de R$ 1,4 milhão.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) afirma que quem está sendo acionado judicialmente é o médico que atendeu o garoto, mas o sistema do site do Tribunal de Justiça mostra que o Governo do Piauí figura como réu. O procurador geral do estado, Plínio Clerton, não foi encontrado para comentar o caso.

O G1 obteve com exclusividade uma cópia do laudo no qual o médico legista afirma que "houve negligência por parte da equipe médica durante a primeira internação (o paciente teve duas internações) que não evitou a complicação que resultou em necrose e na amputação de todo o membro superior da vítima".

O laudo conclui ainda que o procedimento colocou em perigo a vida do garoto diante do risco de sepse (infecção generalizada e morte do paciente).

Processo TJ (Foto: tjpi.jus.br)Estado do Piauí consta como réu no sistema do TJ-Piauí (Foto: reprodução/tjpi.jus.br)

Esse caso foi mostrado pelo G1 em reportagem publicada em janeiro do ano passado. Ao registrar ocorrência na polícia, a mãe do garoto relatou que a criança deu entrada no hospital dia 18 de dezembro de 2013 e uma cirurgia de correção foi feita no braço da criança, que recebeu alta no dia 20. No dia 21, a família voltou ao Heda, porque o braço do garoto estava escuro, a mão cheia de bolhas, as unhas pretas e sentindo fortes dores.

A amputação do membro foi feita no dia 22, e, segundo a mãe da criança, os médicos não deram explicação para o procedimento. Após a cirurgia, bolhas voltaram a aparecer pelo corpo da criança.

A conclusão do laudo do Instituto Médico Legal (IML) dá conta que a complicação que levou à amputação do braço do jovem poderia ter sido evitada, caso o paciente tivesse sido melhor observado. "Entendo que a primeira alta hospitalar foi precoce e que a complicação após o tratamento cirúrgico poderia ter sido evitada se o paciente tivesse permanecido mais tempo internado, com acompanhamento clínico, cirúrgicos e laboratorial adequados", diz o texto.

Na época, a direção do Heda enviou uma nota à imprensa na qual informava que a amputação aconteceu porque os médicos detectaram que o membro já estava em estado avançado de infecção. A direção disse ainda que o procedimento foi realizado para evitar uma infecção generalizada e que a cirurgia foi feita para salvar a vida da criança com expressa autorização da família.

Os advogados da família Adelmir Lima e Fernando Tallyson, acusam os médicos de não terem feito a limpeza correta antes dos curativos e informou que a ação contra o estado visa reparação de danos morais, materiais e estéticos. Segundo eles, a família já havia tentado acordo com o médico que atendeu o garoto no Heda, mas sem sucesso.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

GAZE DENTRO DO ESTÔMAGO


Catiane dos Santos Bandeira, 35 anos, baixou em novembro de 2014 na Santa Casa de Caridade para fazer uma cirurgia de hérnia de hiato.
Mulher morre, em Alegrete, após possível erro médico

jul 30, 2015
Conforme o marido, Silvio Bandeira, três dias depois voltou ao hospital com muitas dores, e tudo o que comia vomitava. Os médicos não achararam nada e, dia 14 de maio ela fez um raio x onde foi constatado obstrução no esôfago. Dai, conta Silvio: “Minha esposa fez outra cirurgia, voltou para casa, mas sempre ruim e sem comer. Voltamos ao hospital e ela chegou a convulsionar, mas não perdia o sentido e em duas ocasiões me disse que ouviu de quatro médicos que na primeira cirurgia tinham deixado gaze dentro do seu estômago”.

Em resumo, continua o marido: “um outro cirurgião fez uma nova operação e chegou a fotografar o gaze no estômago. No laudo saiu que tinha obstrução intestinal devido a um corpo estranho”.

Ela continuou sem comer e piorou. E dia 22 de maio deste ano, a senhora morreu com infecção generalizada.

O esposo, que é motorista juntou documentos e dados e entrou na justiça para processar o médico que deixou a gaze dentro da esposa, após a primeira cirurgia para retirar uma hérnia de hiato, ainda em novembro de 2014.

Ela deixou esposo e três filhos. Um de 9, um de 10 e outro de 19 anos.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O MÉDICO E O MONSTRO


"Ele me deformou toda", diz mais uma vítima de erro médico em cirurgia plástica no Rio
Dona de casa pagou R$ 4.000 por cirurgia e teve o corpo mutilado por cirurgião


Rio de Janeiro
30/7/2015

Mais uma vítima de um cirurgião plástico que prometia a mulheres o corpo perfeito quebrou o silêncio. Segundo a dona de casa, que preferiu não se identificar, ela pagou R$ 4.000 pela cirurgia e há 12 anos vive com esse sofrimento de ter tido o corpo mutilado pelo médico.

— Eu não posso pôr uma roupa apertada, não posso pôr um vestido, uma calça justa. Eu não posso porque fica aparecendo um buraco na minha barriga.

De acordo com a vítima, ela conheceu o médico José Vieira Junior ao ver um comercial na televisão, em 2003. A mulher foi a uma consulta, conversou com ele e decidiu fazer uma lipoaspiração e uma abdominoplastia.

— Ao invés de pagar para ficar bem, eu paguei para ficar pior.

A mulher contou que, quando acordou da cirurgia, tinha muito sangue espalhado na maca.

— Eu acordei com aquilo gelado nas costas, mas ele falou que era normal pós-cirurgia.

Ainda segundo a vítima, ela recebeu alta no dia seguinte à operação. O ponto arrebentou e ela contraiu uma grave infecção que afetou os pulmões.

— Fiquei quase um ano deitada sem conseguir fazer nada sozinha, nem mesmo comer ou tomar banho, na recuperação da infecção.

Devido a inúmeros problemas pós-cirúrgicos, a vítima resolveu levar o caso à Justiça. O processo durou seis anos e ela venceu a ação. O juiz determinou que o cirurgião a indenizasse em R$ 30 mil, mas, até hoje, quatro anos depois, ela não recebeu nada.

O médico que operou a mulher nunca compareceu à delegacia para prestar esclarecimentos, mas, mesmo assim, foi indiciado por lesão corporal. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o médico não é filiado ao órgão. O Conselho Regional de Medicina do Rio confirmou que o cadastro do médico está ativo, mas não comenta denúncias que ainda não foram julgadas.

De acordo com o Ministério Público, outras três denúncias estão sendo investigadas. Procurado pela Rede Record, o médico não quis falar sobre as denúncias.

Outras vítimas

Uma mulher de 30 anos viu o sonho de ter o corpo perfeito se transformar em pesadelo. A paciente contou que também foi vítima do cirurgião plástico. A jovem colocou uma prótese de silicone nos seios. Segundo ela, o médico sequer deu anestesia antes do procedimento.

— Ele me deu dois comprimidos, botou um pano verde na minha frente e começou a dar várias agulhadas no meu peito e eu comecei a gritar de dor. Ele falou que já estava acabando e a enfermeira também

Após a cirurgia, a situação só piorou. Com medo, a dona de casa procurou o médico. Ele aplicou uma medicação e a mandou voltar para casa. Desconfiada, a paciente foi ao pronto-socorro. Na unidade, a mulher fez um exame e descobriu que a prótese tinha rompido.

A mulher de Gilson de Lima viveu drama parecido. Melina Pereira também procurou o cirurgião para colocar prótese nos glúteos. Ela pagou R$ 7.000 pelo serviço. A vítima teve trombose em razão de complicações da cirurgia e morreu seis meses depois. Gilson contou que a mulher já sentiu dores após o procedimento.

— Ele nem deu atenção. Ele disse que ia ver outra pessoa em Alcântara. Eu que dei assistência. O médico que tirou a prótese se apavorou. Estava tudo errado.

http://r7.com/jYYb

INVESTIGAÇÃO POLICIAL


Mulher morre após cirurgia plástica; médico é investigado por erros e continua atendendo na Tijuca

A polícia investiga um cirurgião plástico por erro médico, uma pacientes morreu após colocar uma próteses de silicone. José Vieira Júnior, realiza os procedimentos sem qualquer cuidado e várias pacientes tiveram problemas. Segundo pacientes, ele não usava anestesia durante as operações. O marido da vítima falou no Balanço Geral sobre as condições que o médico atuava. José continua atendendo em uma clínica na Tijuca, zona norte do Rio.



http://videos.r7.com/mulher-morre-apos-cirurgia-plastica-medico-e-investigado-por-erros-e-continua-atendendo-na-tijuca/idmedia/55b138990cf2ee98573d3b26.html

HOSPITAL RETIRA O ÚTERO AO INVÉS DA VESÍCULA

Mulher é internada em hospital para operar vesícula e sai da mesa de cirurgia sem o útero
Família de Kátia Regina Vargas Araújo, de 45 anos, acredita que erro médico ocorreu porque outra paciente com mesmo nome estava internada na unidade

19 de junho de 2015


Mulher é internada em hospital para operar vesícula e sai da mesa de cirurgia sem o úteroKátia Regina precisava tirar a vesícula, mas acabou perdendo o útero

A cuidadora de idosos Kátia Regina Vargas Araújo, de 45 anos, deu entrada na Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora da Glória, no centro de Belford Roxo, Baixada Fluminense, nesta quarta-feira, para operar a vesícula, mas acabou tendo o útero retirado na sala de operação. Mais de 24 horas depois de passar pelo centro cirúrgico da unidade de saúde, Kátia e o marido, o auxiliar de serviços gerais Arnaldo Pinto Araújo, de 49 anos, não receberam nenhuma explicação sobre a mudança na operação. A clínica é particular e tem convênio com o SUS. O marido de Kátia, que soube da retirada do útero em vez da vesícula na quinta-feira pela manhã, depois que a própria mulher ligou para ele, acusa a unidade de erro médico.

"Ela ligou pra mim às 6 horas da manhã me avisando, falando: 'Arnaldo, aconteceu uma tragédia. Eles me operaram errado. Em vez de me operar a vesícula, eles tiraram o meu útero'. Todo o prontuário, todos os exames dela, eram para fazer a cirurgia da vesícula", conta.

Segundo Arnaldo, a cirurgia de vesícula estava marcada inicialmente para o dia 28 de maio, porém, quando a família chegou para o procedimento, a casa de saúde estava fechada. A cirurgia foi então remarcada para esta quarta-feira, dia 17. Kátia Regina deu entrada no hospital às 11h30. O médico que deveria operá-la não estava na unidade e outro médico operou a cuidadora de idosos. O marido de Kátia acredita que o médico pegou o prontuário errado na hora de ir para a sala de cirurgia, já que outra paciente com o mesmo nome estava internada na casa de saúde.

"Como tinha uma outra pessoa com o mesmo nome da minha mulher, ele [o médico] deve ter pego o prontuário errado e aí ele fez essa operação. Quando ela acordou, foi que ela viu que o procedimento foi errado", diz.

Ainda no hospital, Kátia sente muitas dores por causa do problema na vesícula

Ninguém da administração da unidade quis se pronunciar. O marido de Kátia afirma que o médico que deveria ter feito o procedimento, doutor Marcos Macedo, admitiu o erro e informou que a cirurgia de vesícula deve ser na sexta-feira da outra semana, quando a mulher for retirar os pontos. A família, porém, está preocupada de a mulher passar por mais uma operação em tão pouco tempo. Enquanto isso, Kátia Regina continua sentindo dores e passando mal por causa do problema na vesícula.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora da Glória já havia sido interditada no final de março deste ano por falta de equipamentos, inadequação de estrutura física no processo de trabalho e por indisponibilidade de recursos humanos. Ainda de acordo com a secretaria, a casa de saúde foi reaberta um mês depois após resolver os problemas. O advogado da paciente, Maximino Gouveia, afirmou que vai registrar o ocorrido na delegacia de Belford Roxo por negligência médica e levar o caso até o Cremerj, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro.

terça-feira, 7 de julho de 2015

MULHER MORRE APÓS REMOVER ESTRIAS

07/07/2015
Mulher morre após fazer cirurgia para remover estrias
A vítima teve infecção generalizada depois de passar por três procedimentos estéticos no mesmo dia


Santos - Uma mulher morreu nove dias após passar por uma cirurgia estética em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Daniela de Sá Avighi, de 36 anos, teve infecção generalizada depois de fazer lipoaspiração, peeling para tirar estrias e implante de silicone nos seios.

De acordo com o irmão da vítima, Claudio Avighi, Daniela passou pelos três procedimentos estéticos no mesmo dia. "Ela fez esse três procedimentos no mesmo dia e teve alta, logo em seguida . A partir disso, ela começou a ter problemas de dores, ter a pressão baixa, mas achávamos que tudo isso era normal”, disse Claudio.
A vítima teve infecção generalizada depois de passar por três procedimentos estéticos no mesmo dia
Foto: Reprodução Facebook

Após alguns dias sentindo dores, Daniela procurou um Pronto Socorro da região e foi constatado que seu estado era grave. A vítima foi encaminhada para um hospital de Santos. "Um dos médicos constatou que ela teve infecção generalizada. Acredito que em decorrência de um raspagem agressiva que se tornou uma queimadura de segundo grau”, afirmou o irmão da vítima.

A família de Daniela questiona se os procedimentos da cirurgia feitos por um cirurgião no Hospital Canto do Forte, em Praia Grande, foram corretos. "Se uma paciente dele faleceu, talvez por conta da cirurgia que ela fez com ele, ele deveria no mínimo dar uma atenção para a família dela, esclarecer os fatos, me receber para a gente conseguir esclarecer tudo. Ele sumiu", disse Claudio.

Até o momento, o médico responsável pelos procedimentos não se manifestou sobre o assunto. O irmão da vítima registou um boletim de ocorrência no 1º Distrito de Praia Grande nesta segunda-feira. O caso será investigado como lesão corporal seguida de morte.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

POSSÍVEL ERRO MÉDICO


Antes da cirurgia, soldado estava apenas com o braço enfaixado e chegou a sorrir para a foto







Distrito Federal


29/6/2015
Viúva acusa hospital particular do DF de erro médico na morte de PM após cirurgia no punho

Ele sofreu uma parada cardíaca durante o procedimento

Um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal se acidentou ao cair de uma moto, fraturou o punho esquerdo e precisou de cirurgia num hospital particular da Asa Norte, região central de Brasília. Durante o procedimento, Rafael Antunes Viana, de 32 anos, sofreu uma parada cardíaca, e após uma série de complicações durante a semana, ele morreu na madrugada deste domingo (29). Por se tratar de uma operação simples, a esposa dele suspeita de erro médico.

Carla Gonçalves registrou ocorrência na 2ª Delegacia da Polícia Civil e vai pedir a necropsia no corpo do marido nesta segunda-feira (29). A viúva diz que os médicos não souberam informar a ela as causas da parada cardíaca durante a cirurgia da última quarta-feira (24). Em sequência, Rafael sofreu várias convulsões e, na UTI, tomografias descobriram que ele tinha um edema no cérebro. Por volta das 2h15 de domingo, ele faleceu após um choque anafilático.

— Os médicos não sabiam explicar o que estava acontecendo. Todos tomaram um susto grande, disseram que não esperavam por isso. Cada dia ele apresentava um quadro novo pior, eles tentavam controlar e descobrir as causas das crises convulsivas. Fiquei indignada, porque o Rafael não tinha problemas de saúde, foi fazer uma cirurgia simples e acabou morrendo. Só pode ter acontecido algum erro.

Rafael Viana se formou recentemente num curso para se tornar soldado da Polícia Militar do DF. Ele trabalhou por dois meses no 2º Batalhão em Taguatinga (DF), onde sofreu o acidente de moto na última terça-feira (23), quando se desequilibrou da moto ao parar numa faixa de pedestres. Além da esposa, ele deixou uma filha de nove meses.

Procurado pela reportagem do R7, o Hospital Santa Helena afirma que o procedimento cirúrgico do paciente cumpriu todas as etapas do protocolo de cirurgia segura, e uma comissão de óbitos vai analisar o caso, conforme recomendação do CFM (Conselho Federal de Medicina).

segunda-feira, 29 de junho de 2015

MORTE APÓS CIRURGIA

Polícia apura suposto erro médico em morte após cirurgia de tireoide
Hospital de Jundiaí (SP) também abriu sindicância para investigar o caso.
Família registrou ocorrência após divergência nos laudos do hospital e IML.

10/06/2015

A diarista Rosalva Gomes Rodrigues, de 53 anos, morreu após cirurgia de tireoide em Jundiaí (Foto: Arquivo pessoal)

A Polícia Civil abriu inquérito nesta semana para investigar a morte de uma mulher depois de uma cirurgia para retirada da tireoide – importante glândula que produz diversos hormônios no corpo humano – em um hospital de Jundiaí (SP). A família da diarista Rosalva Gomes Rodrigues, de 53 anos, registrou o boletim de ocorrência após as necropsias feitas pelo Hospital São Vicente de Paulo, onde a cirurgia foi realizada, e o Instituto Médico Legal (IML) apontarem causas diferentes para a morte. Em nota, o hospital afirma que também abriu sindicância para apurar o caso.

Segundo o delegado titular do 1º Distrito Policial, Paulo Sérgio Martins, a investigação vai apurar se houve erro médico por parte da equipe que realizou o procedimento. "No momento não existem provas suficientes para caracterizar um homicídio. Vamos apurar a eventualidade do erro médico e, se isso ocorreu, quem ocasionou a morte", explica.

Rosalva deu entrada para fazer a cirurgia no dia 1º de junho e morreu no dia seguinte. O laudo elaborado pelo hospital aponta que a diarista teve uma parada cardíaca após um laringoespasmo, um tipo de inflamação nos músculos na região da laringe que teria ocorrido enquanto ela estava no centro em que os pacientes ficam após a cirurgia. Entretanto, a necropsia do IML constatou que o óbito teria sido causado por hemorragia pós-cirurgia e choque hipovolêmico – caracterizado pela perda de grandes quantidades de sangue e líquidos causados devido a hemorragias.

Martins explica que, caso seja caracterizado o crime, o responsável poderá responder por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. "Em casos de erro médico, este crime é cometido devido a imperícia do profissional no ato da cirurgia. Pode ser um cirurgião que fez um procedimento que causou uma hemorragia, uma enfermeira que deu alguma medicação errada, etc. São várias possibilidades. Vamos entender em que momento houve o possível erro para individualizar a culpa."
Ficamos assustados e revoltados porque minha mãe morreu em uma cirurgia muito simples"
Bruno Rodrigues Reis, filho de Rosalva

Ainda de acordo com o delegado, tanto a equipe médica quanto os familiares foram intimados para comparecer na delegacia e prestar depoimentos. Eles devem ser ouvidos até o começo da próxima semana. A polícia também solicitou detalhes do laudo do Instituto Médico Legal. O inquérito deve ser concluído em 30 dias.

Revolta
A morte repentina da diarista causou revolta na família, que não acredita no laudo entregue pelo hospital. “Ficamos assustados e revoltados, porque minha mãe morreu em uma cirurgia muito simples”, diz o filho da diarista, Bruno Rodrigues Reis, em entrevista.

De acordo com ele, Rosalva não tinha problemas de saúde e passaria pela cirurgia para retirar um nódulo. “O nódulo era benigno, mas os médicos recomendam que ele seja retirado para evitar uma possibilidade de câncer. Como ela tinha hipotireoidismo, iria viver com reposição hormonal após a retirada da tireoide”, explica.

A cirurgia teve duração de aproximadamente três horas. Segundo Reis, por volta das 9h os atendentes informaram que a paciente desceria para a unidade de pós-operatório quando os efeitos dos anestésicos terminassem. Às 20h, Rosalva saiu do centro cirúrgico entubada, procedimento que auxilia a respiração do paciente.

Neste momento, a família alega não ter recebido informações sobre as circunstâncias da cirurgia, apenas teriam sido informados que ela estava entubada devido ao laringoespasmo. “Só na tarde do outro dia conversamos com o médico plantonista. Ele me certificou que minha mãe não tinha tido hemorragias, que era a minha grande preocupação, e disse que a cirurgia tinha sido ‘ótima’.”

No começo da noite, a família recebeu uma ligação do hospital e, após chegarem na unidade, os parentes da paciente foram informados sobre a morte da diarista. O médico plantonista afirmou que Rosalva teria sofrido uma parada cardíaca após outro laringoespamo quando ela estava sendo desentubada. "Eu pesquisei sobre o assunto antes de ir para o hospital e vi que a chance de o laringoespamo ser fatal é maior geralmente em crianças, devido ao tamanho da região da laringe ser menor. Por isso duvidei do médico e pedi que um novo laudo no IML", diz o filho da diarista.

Após receber o laudo do instituto apontando como causa da morte hemorragia pós-cirurgia e choque hipovolêmico, Reis decidiu registrar o boletim de ocorrência para que a polícia investigue o caso. "Parecia que tinha alguma coisa estanha, pelas respostas que os médicos davam. Se eu não tivesse solicitado autopsia, jamais saberíamos disso", diz.

Em nota, a diretoria do Hospital São Vicente de Paulo afirma que abriu sindicância para apurar a reclamação referente ao atendimento de Rosalva. "Esta medida foi tomada após publicação do boletim de ocorrência feito pela família e, caso seja necessário, a diretoria tomará medidas administrativas contra os envolvidos", conclui.
Necropsias realizadas pelo IML (esq) e Hospital São Vicente de Paulo apontam causas diferentes para a morte da diarista Rosalva (Foto: Arquivo pessoal / Bruno Rodrigues Reis)

sexta-feira, 13 de março de 2015

MORTE NA BAHIA


21/01/2015

Dona de casa morre após cirurgia de tireoide e polícia investiga erro médico
Mulher de 34 anos teve derrame cerebral no procedimento e não resistiu.
Médico foi afastado do Santa Izabel; delegado vai identificar responsáveis.


Uma dona de casa morreu após uma veia ter ficado bloqueada três dias após uma cirurgia de tireoide realizada no Hospital Santa Izabel, em Salvador. Maria de Fátima Silva, de 34 anos, foi submetida ao procedimento no dia 14 deste mês. O médico responsável, Antônio Carlos Rebouças, foi suspenso preventivamente pela diretoria da unidade de saúde. A Polícia Civil investiga a causa da morte.

A família resolveu procurar a polícia por desconfiar de erro médico. "Toda cirurgia corre risco, mas a de minha irmã era simples. Quando disseram derrame cerebral, que não tem nada a ver com tireoide, eu acredito, eu falei, tem algum erro e se tem algum erro eu não vou deixar enterrar sem provas", afirmou a irmã da vítima, Elaine das Neves.

O delegado Adailton Adan abriu inquérito e acompanhou a autópsia no Instituto Médico Legal (IML). "Verificamos, in loco, que houve realmente um erro no procedimento cirúrgico e vamos saber o que aconteceu. Vamos ouvir médicos, os enfermeiros, anestesistas, todos que foram envolvidos com o episódio, para fazer a indivualização de conduta do procedimento", afirmou o delegado.

A diretoria técnica do hospital afirmou que uma sindicância foi aberta pelo Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb). A unidadeentende que pode ter tido negligência, imperícia ou imprudência. A direção do hospital forneceu à polícia o laudo de exames realizados na paciente. No relatório, foi indicada a realização do exame de trombose cerebral, além da falta de fluxo de sangue na veia jugular.

"A carótida foi obstruída, impedindo o fluxo de sangue para o cérebro, fazendo com que ela tenha tido morte cerebral. É o que os exames nos mostram. Após as investigações, é que poderemos dizer quem são as pessoas que serão responsabilizadas", afirma o delegado. O médico que fez a cirurgia disse que houve complicações logo depois que a paciente operou. Ele confirmou também que foi chamado para prestar depoimento à polícia.