Definição: Erro médico é o dano provocado no paciente pela ação ou inação do médico, no exercício da profissão, e sem a intenção de cometê-lo. Há três possibilidades de suscitar o dano e alcançar o erro: imprudência, imperícia e negligência. Esta, a negligência, consiste em não fazer o que deveria ser feito; a imprudência consiste em fazer o que não deveria ser feito e a imperícia em fazer mal o que deveria ser bem feito.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
AMPUTARAM A PERNA ERRADA
Erro médico faz paciente ter duas pernas amputadas ao invés de uma
Diabético, hipertenso e com deficiência renal crônica, Antônio César dos Santos Victorio, de 54 anos, morador de Austin, em Nova Iguaçu, está há dois meses internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj. Há duas semanas, os médicos comunicaram à família que precisariam amputar a perna esquerda do paciente, em função de uma ferida que não cicatrizava no calcanhar. Ontem, às 13h, após a cirurgia, ao receber o pai na enfermaria, Quezia Pereira Victorio, de 21 anos, entrou em desespero. Os médicos haviam amputado a perna direita, acima do tornozelo.
— A médica chegou dizendo que a operação havia sido um sucesso. Mas quando olhei, fiquei sem chão. Tinham amputado a perna errada. O ortopedista veio e disse para mim que haviam passado para ele que era a perna direita, que era o que constava nos exames de risco cirúrgico — conta Quezia. — O médico nos pediu muitas desculpas e disse que assumiria o erro.
Em seguida, levaram Antônio César novamente para o centro cirúrgico para amputar a perna esquerda. A segunda operação teve início às 16h, de acordo com a mulher do paciente, Luzinete Soares Reis Victorio, de 53 nos. Cerca de três horas e meia depois, ele foi levado para a UTI da unidade de Vila Isabel.
— Meu marido se trata no Pedro Ernesto há cerca de quatro anos. Os médicos que o acompanhavam na nefrologia sabiam que o problema era na perna esquerda. Não sei como será nossa vida agora. Terei que parar de trabalhar para cuidar dele — diz Luzinete, que é empregada doméstica e, atualmente, sustenta a família.
Para Quezia, uma das principais preocupações agora é como dizer ao pai que ele precisará, daqui em diante, de uma cadeira de rodas.
— Nas últimas duas semanas, conversei bastante com ele sobre a amputação. Ele estava mais confortado porque sabia que receberia uma prótese e que poderia continuar a andar. Não sei como dizer ao meu pai que ele nunca mais voltará a caminhar — diz, muito emocionada, a jovem, que faz curso de técnica de enfermagem. — Estou pedindo a Deus que conforte o coração dele, assim como está confortando o nosso.
De acordo com Quezia, o hospital escalou quatro seguranças para ficarem em volta da maca dele, na saída do centro cirúrgico:
— Horas após a segunda cirurgia, um médico conversou com a minha mãe e disse que o estado do meu pai é grave. Mas ele sequer citou por que amputaram a perna direita.
Hospital vai apurar
A assessoria de imprensa do Pedro Ernesto afirmou, por meio de nota, que o paciente apresentava “infecção em ambos os membros inferiores, mais proeminente à esquerda”.
Segundo Quezia, seu pai tinha uma lesão na perna direita, mas de menor gravidade:
— Os médicos nunca disseram que seria necessário amputar a perna direita.
O hospital não explicou por que a perna esquerda do paciente, com uma lesão grave, não foi amputada na primeira cirurgia, mas apenas após as queixas da família.
A direção informou que vai apurar as circunstâncias do procedimento, por meio de processo administrativo.
LEIA A NOTA DO HOSPITAL PEDRO ERNESTO NA ÍNTEGRA
A Coordenação de Assistência Médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ) informa que no tocante à operação cirúrgica a que foi submetido o paciente A.C.S.V., a Unidade de Ortopedia prestou os seguintes esclarecimentos iniciais:
O paciente portador de nefropatia crônica, diabetes, arteriopatia obstrutiva grave e infecção em ambos os membros inferiores, mais proeminente à esquerda, com colonização por germen multirresistente, evoluiu com quadro de septicemia, sendo realizada amputação bilateral dos membros inferiores em nível infrapatelar, de forma sequencial. Findo o procedimento o paciente foi encaminhado ao CTI Geral para a recuperação pós-operatória, encontrando-se estável.
A Direção do Hospital irá apurar formalmente as circunstâncias que deram ensejo ao procedimento através de processo administrativo específico. Relatórios detalhados estão sendo solicitados aos serviços envolvidos.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
MAIS MÉDICOS: 32 MUTILAÇÕES CONHECIDAS

03/09/2013
Médico que responde a 15 processos é selecionado para atuar em Goiás
Carlos Mansilla é suspeito de causar lesões em pacientes no Amazonas.
Secretário de Saúde diz que ele não vai assumir cargo em Águas Lindas.
O médico Carlos Jorge Cury Mansilla, que responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas, é um dos selecionados pelo programa Mais Médicos, do governo federal, para atuar em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Ele se apresentou na segunda-feira (2) para assumir o cargo. No entanto, após saber do histórico do profissional, o secretário de saúde da cidade, Willem Madison, disse que vai rever a contratação. “Ele não atendeu e nem vai atender aqui”, afirmou . A posse estava prevista para quarta-feira (4).
Carlos Mansilla, que também é ex-deputado federal, é apontado como falso cirurgião plástico pela Polícia Civil do Amazonas. Das 15 denúncias realizadas oficialmente contra o médico, ele foi indiciado em seis por lesão corporal gravíssima. Mansilla ainda pode ser acusado em outras nove, dependendo do resultado de laudos do Instituto Médico Legal (IML), que ainda não foram entregues à polícia.
Na terça-feira (3), ao falar sobre o programa em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a pasta consultou o Conselho Federal de Medicina para confirmar as suspeitas em relação a Mansilla. O ministério também vai notificar o município de Águas Lindas para que o médico fique impedido de trabalhar até que a avaliação da pasta seja concluída. “Confirmando essa situação, certamente o excluiremos do programa”, disse o ministro.
O secretário de saúde de Águas Lindas de Goiás afirmou que “o município não está interessado neste profissional”. Madison explicou que está tomando as providências necessárias para evitar que o médico tome posse. “Vou comunicar ao Ministério da Saúde que ele [Mansilla] não é de nosso interesse. Vamos fazer o protocolo e entrar em contato por telefone”, informou.
Mansilla é um dos quatro selecionados do programa para atender em Águas Lindas. Segundo o secretário de saúde, apenas três se apresentaram na segunda-feira. “De quatro, vieram três. Agora, já não podemos contar com mais um. Restam dois profissionais para ajudar na cidade”, pontuou.
O secretário afirmou ainda que a situação o “entristece”. “A gente fica triste porque sabe que o município é muito sofrido. Vamos olhar para frente e dar a volta por cima em mais este problema”.
Willem Madison ressalta que vê com bons olhos o programa Mais Médicos. No entanto, “o serviço tem que ser de qualidade”, ponderou.
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28/02/2013
No AM, médico é suspeito de mutilar pacientes durante cirurgias plásticas
Delegado afirma que existem evidências para o médico ser indiciado.
Ele responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas.
O médico Carlos Jorge Cury Mansilla, que responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas, prestou depoimento no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), nesta quarta-feira (27). Pacientes dizem ter sido mutiladas durante cirurgias plásticas e denunciam até casos de óbito.
Uma das vítimas, a empresária Andrea Bernardino, iniciou uma campanha em uma rede social, onde conseguiu localizar outras vítimas do médico. "Foi através da minha campanha que todas essas vítimas apareceram. Nem todas entraram com processo contra ele, mas no total já detectei pelo menos 32 mulheres mutiladas. Quinze delas já entraram [com processo], três reclamaram de óbitos, e nós estamos reivindicando pela justiça", disse.
O advogado do médico, Cristian Naranjo, alegou que o corpo dessas mulheres reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico. "O simples fato de, de repente, uma cirurgia ficar com uma cicatriz que não ficou bem, não implica em dizer que a cirurgia não foi aplicada de forma correta. Cada corpo reage de uma forma diferente a uma cirurgia, e é isso que ele vai esclarecer", afirmou.
De acordo com o delegado do 1º DIP, Mariolino Brito, existem evidências suficientes para que o médico seja indicado por lesão corporal gravíssima. Ele chegou a solicitar a prisão preventiva do médico. O pedido foi concedido pela Justiça, mas Carlos Cury conseguiu um documento de salvo-conduto, que impediu a detenção.
O depoimento recolhido nesta quarta será passado para um juiz, que decidirá se o médico responderá as acusações em liberdade. O suspeito saiu andando da delegacia. No momento em que deixou o local, as supostas vítimas que aguardavam em frente ao distrito de polícia protestaram contra o médico.
Das 15 denúncias realizadas oficialmente contra o médico, Carlos Cury foi indiciado em seis por lesão corporal gravíssima. Ele ainda pode ser indiciado nas outras nove, dependendo de resultado de laudo do Instituto Médico Legal (IML), que ainda não foram entregues à polícia.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
COMIDA NA VEIA DE NOVO
Polícia indicia enfermeira que injetou comida na veia de paciente
Inquérito foi finalizado nesta semana no interior de Minas e acusada responderá em liberdade
A Polícia Civil de Alfenas (MG) finalizou nesta semana o inquérito envolvendo a enfermeira que injetou comida na veia de um paciente. Ela foi indiciada pelo crime de lesão corporal culposa, quando não existe a intenção de causar o dano. A acusada, que poderá responder em liberdade, não teve o nome revelado.O erro aconteceu no início de março e teve como vítima o aposentado José Luiz Pereira, de 83 anos, que estava internado em um hospital particular da cidade. De acordo com o que ficou apurado durante as investigações, ela teria se confundido e injetado alimento no cateter ligado à veia do paciente.
O aposentado havia sido internado duas semanas antes para se tratar de uma pneumonia. O cateter servia para a aplicação de medicamentos, sendo que o alimento deveria ter sido colocado na sonda ligada ao estômago do idoso. A falha o mandou para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas depois ele se recuperou e recebeu alta do hospital. O laudo pericial não soube apontar se houve risco de morte, mas acusou prejuízo à integridade física do doente.O inquérito já foi encaminhado à Justiça pela delegada Renata Rezende Guida. Pelo crime de lesão corporal a enfermeira pode pegar até um ano de prisão, pena esta que pode aumentar em um terço em razão do agravante de ela não ter observado as regras técnicas da profissão.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
HOSPITAL DOENTE
(Foto: Arquivo Pessoal/ Eduardo Capela)
06/08/2013
Médico teve o contrato rescindido após postar foto em rede social.
Foco cirúrgico deixou de funcionar durante a cirurgia e médico teve que seguir o procedimento usando uma lanterna na Santa Casa de Jacareí.
Cansado da falta de estrutura que encontra em alguns hospitais, um cirurgião decidiu postar em uma rede social uma foto em que opera uma menina de 10 anos com a ajuda de uma laterna convencional já que um aparelho de foco cirúrgico, responsável em garantir a visibilidade do local a ser operado, deixou de funcionar durante o procedimento médico. O outro aparelho disponível na sala já não funcionava antes mesmo do início da cirurgia.
O problema ocorreu no dia 16 de julho na Santa Casa de Jacareí (SP), que após ver a publicação, rescindiu na última segunda-feira (5) o contrato com o médico que prestava serviço na unidade havia dois anos. A Santa Casa é alvo constante de reclamação de moradores e de funcionários que chegaram a fazer uma greve de quase um mês no fim do ano passado por falta de condições de trabalho. Por meio de nota, a Santa Casa informou que os equipamentos cirúrgicos recebem 'toda a manutenção necessária' (leia abaixo).
De acordo com o cirurgião pediátrico, Eduardo Capela Galeazzi, a foto não tem como objetivo denegrir a imagem do hospital, mas expor a situação enfrentada por muitos médicos e cobrar melhores condições no exercício da profissão. “Eu não denunciei, eu expus a situação. Achei aquilo um bom exemplo de que o médico não é o problema. Médico tem, o que não tem é estrutura. A saúde está sucateada porque outros médicos não mostram situações como essa. Se mostrarem, muita coisa pode ficar melhor”, afirmou ao G1.
Segundo Galeazzi, a foto foi feita no dia 16 de julho enquanto ele operava uma criança de 10 anos, que sofria de uma apendicite em estado avançado. Ele foi acionado pelo hospital por volta das 21h e recomendou a cirurgia para a paciente. Na sala da cirurgia, havia dois aparelhos de foco cirúrgico, mas o médico afirma que não sabia que um deles já não funcionava. “Comecei a cirurgia com ele, mas quando já estava dentro da cavidade abdominal da criança ele queimou. E aí a assistente de enfermagem me disse que o outro estava queimado e que ia buscar uma lanterna para continuarmos”.
Como já havia feito o corte na barriga da criança, o médico afirma que optou por prosseguir a cirurgia, mesmo sem condições ideais. Segundo o médico, a paciente teve boa recuperação e recebeu alta médica dias depois.
“Não tinha escolha. Como explicaria para a família que fechei a barriga da criança e não fiz a cirurgia por falta de luz? Não tinha como não prosseguir. Se eu paro, ia colocar ela mais em risco do que operar com a lanterna. Continuei para tirá-la da gravidade em que estava e felizmente não teve problemas”, explicou. Segundo o cirurgião, o uso do foco cirúrgico é essencial para o trabalho durante o procedimento. “Toda cirurgia precisa de uma boa iluminação. Nesse caso, a incisão era de mais ou menos de 3 a 4 centímetros, se não enxergar bem o que está fazendo pode provocar lesões na bexiga, no intestino do paciente. E o foco cirúrgico te dá a visão exata do que está fazendo”.
Desligamento
O médico, que prestava serviço ao hospital há dois anos, teve seu contrato rescindido no começo de agosto. Ele e mais um colega prestavam serviço ao hospital por meio de uma empresa do próprio médico.
De acordo com Galeazzi, após a publicação da imagem a administração o procurou pedindo que retirasse a foto da internet. “Pediram para tirar a foto, mas só tirei o nome da instituição. Depois me procuraram e resolveram cancelar meu contrato. Quando assinei a rescisão perguntei se era pela foto e me disseram que não, mas ficou claro que é o motivo. Muitos não têm coragem de falar (os problemas), eu tive e deu nisso”.
Mesmo com o contato rescindido pela Santa Casa, ele afirma que os médicos devem mostrar a falta de condições que presenciarem durante o trabalho. “É uma pena, queremos trabalhar direito, correto, mas não pode deixar da maneira que está. Se os médicos não mostrarem o que acontece, a medicina irá de mal a pior”, disse.
Outro lado
Por meio de nota, a administração da Santa Casa de Jacareí informou que os equipamentos cirúrgicos recebem 'toda a manutenção necessária', mas não detalhou o que ocorreu na sala de cirurgia utilizada pelo médico no dia da reclamação.
A Santa Casa informou ainda que já estudava rescindir o contrato com o médico antes da publicação da foto com objetivo de ampliar a equipe de cirurgiões.
Sem aparelho, médico usa lanterna em cirurgia em hospital de Jacareí
Cirurgião postou na internet foto do problema que ocorreu na Santa Casa.
Hospital rescindiu contrato com médico e diz que sempre faz 'manutenção'.
06/08/2013
Médico teve o contrato rescindido após postar foto em rede social.
Foco cirúrgico deixou de funcionar durante a cirurgia e médico teve que seguir o procedimento usando uma lanterna na Santa Casa de Jacareí.
Cansado da falta de estrutura que encontra em alguns hospitais, um cirurgião decidiu postar em uma rede social uma foto em que opera uma menina de 10 anos com a ajuda de uma laterna convencional já que um aparelho de foco cirúrgico, responsável em garantir a visibilidade do local a ser operado, deixou de funcionar durante o procedimento médico. O outro aparelho disponível na sala já não funcionava antes mesmo do início da cirurgia.
O problema ocorreu no dia 16 de julho na Santa Casa de Jacareí (SP), que após ver a publicação, rescindiu na última segunda-feira (5) o contrato com o médico que prestava serviço na unidade havia dois anos. A Santa Casa é alvo constante de reclamação de moradores e de funcionários que chegaram a fazer uma greve de quase um mês no fim do ano passado por falta de condições de trabalho. Por meio de nota, a Santa Casa informou que os equipamentos cirúrgicos recebem 'toda a manutenção necessária' (leia abaixo).
De acordo com o cirurgião pediátrico, Eduardo Capela Galeazzi, a foto não tem como objetivo denegrir a imagem do hospital, mas expor a situação enfrentada por muitos médicos e cobrar melhores condições no exercício da profissão. “Eu não denunciei, eu expus a situação. Achei aquilo um bom exemplo de que o médico não é o problema. Médico tem, o que não tem é estrutura. A saúde está sucateada porque outros médicos não mostram situações como essa. Se mostrarem, muita coisa pode ficar melhor”, afirmou ao G1.
Segundo Galeazzi, a foto foi feita no dia 16 de julho enquanto ele operava uma criança de 10 anos, que sofria de uma apendicite em estado avançado. Ele foi acionado pelo hospital por volta das 21h e recomendou a cirurgia para a paciente. Na sala da cirurgia, havia dois aparelhos de foco cirúrgico, mas o médico afirma que não sabia que um deles já não funcionava. “Comecei a cirurgia com ele, mas quando já estava dentro da cavidade abdominal da criança ele queimou. E aí a assistente de enfermagem me disse que o outro estava queimado e que ia buscar uma lanterna para continuarmos”.
Como já havia feito o corte na barriga da criança, o médico afirma que optou por prosseguir a cirurgia, mesmo sem condições ideais. Segundo o médico, a paciente teve boa recuperação e recebeu alta médica dias depois.
“Não tinha escolha. Como explicaria para a família que fechei a barriga da criança e não fiz a cirurgia por falta de luz? Não tinha como não prosseguir. Se eu paro, ia colocar ela mais em risco do que operar com a lanterna. Continuei para tirá-la da gravidade em que estava e felizmente não teve problemas”, explicou. Segundo o cirurgião, o uso do foco cirúrgico é essencial para o trabalho durante o procedimento. “Toda cirurgia precisa de uma boa iluminação. Nesse caso, a incisão era de mais ou menos de 3 a 4 centímetros, se não enxergar bem o que está fazendo pode provocar lesões na bexiga, no intestino do paciente. E o foco cirúrgico te dá a visão exata do que está fazendo”.
Desligamento
O médico, que prestava serviço ao hospital há dois anos, teve seu contrato rescindido no começo de agosto. Ele e mais um colega prestavam serviço ao hospital por meio de uma empresa do próprio médico.
De acordo com Galeazzi, após a publicação da imagem a administração o procurou pedindo que retirasse a foto da internet. “Pediram para tirar a foto, mas só tirei o nome da instituição. Depois me procuraram e resolveram cancelar meu contrato. Quando assinei a rescisão perguntei se era pela foto e me disseram que não, mas ficou claro que é o motivo. Muitos não têm coragem de falar (os problemas), eu tive e deu nisso”.
Mesmo com o contato rescindido pela Santa Casa, ele afirma que os médicos devem mostrar a falta de condições que presenciarem durante o trabalho. “É uma pena, queremos trabalhar direito, correto, mas não pode deixar da maneira que está. Se os médicos não mostrarem o que acontece, a medicina irá de mal a pior”, disse.
Outro lado
Por meio de nota, a administração da Santa Casa de Jacareí informou que os equipamentos cirúrgicos recebem 'toda a manutenção necessária', mas não detalhou o que ocorreu na sala de cirurgia utilizada pelo médico no dia da reclamação.
A Santa Casa informou ainda que já estudava rescindir o contrato com o médico antes da publicação da foto com objetivo de ampliar a equipe de cirurgiões.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
TRANSPLANTADOS PARA A MORTE
Órgãos contaminados matam três transplantados no Rio; estado admite transmissão de superbactéria.
Maria José: revolta e dor com a morte do marido
08/07/13
Três pacientes que receberam um fígado e dois rins de uma mulher morta no dia 10 de junho, no Hospital Municipal Souza Aguiar, vítima de um acidente de trânsito, morreram dias depois dos transplantes, com infecção generalizada. As equipes médicas que participaram dos procedimentos em três hospitais diferentes não acreditam em fatalidade.
Exames realizados nos pacientes e no líquido em que um dos rins foi transportado apontaram para a mesma superbactéria, a Klebsiella pneumoniae (KPC), resistente a quase todos os antibióticos. No relatório assinado pelo médico que retirou os órgãos da doadora, o mais estarrecedor: “inspeção com líquido livre na cavidade de aspecto sero purulento”. Apesar de ter visto pus, indicativo de infecção por bactéria, o médico prosseguiu com a captação e não teria comunicado o fato às três equipes transplantadoras.
- A doadora estava internada há cerca de dois meses na UTI do Souza Aguiar. Pacientes que ficam longos períodos em unidades intensivas têm grandes chances de estarem colonizados por alguma superbactéria, adquirida naquele ambiente. Só isso já era um sinal de alerta. Exames de rotina são realizados ali para identificar pacientes colonizados por essas bactérias - diz Júlio Noronha, médico do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde um homem recebeu um dos rins e morreu sete dias depois.
Sonho realizado que vira pesadelo
Após cinco anos de espera, o ajudante de caminhão Josinaldo Severino da Silva, de 51 anos, recebeu no último dia 12 o tão esperado telefonema que o livraria das três sessões semanais de hemodiálise. Paciente renal crônico há oito anos, ele deveria ir imediatamente para o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde receberia um rim. Ligou para a mulher e, impaciente, nem a esperou chegar em casa, foi se adiantando. O transplante varou a madrugada, e ele acordou no dia 13 animado.
Josinaldo esperou cinco anos por um rim
Foto: Álbum de família
No dia seguinte, entretanto, os sinais de infecção já tiravam o sorriso do rosto de Josinaldo. Cinco dias depois, a bactéria KPC tirava-lhe a vida, em função de uma infecção generalizada. Um dia antes, em 18 de junho, o quadro já havia acontecido com uma paciente de 49 anos do Hospital do Fundão (UFRJ), que recebera o outro rim da doadora morta no Souza Aguiar. Sete dias antes, em 12 de junho, outra mulher que recebera o fígado dessa mesma doadora, no Hospital Adventista Silvestre, no Cosme Velho, também não resistiu.
- Meu marido entrou andando, feliz da vida, no hospital e saiu de lá, sete dias depois, morto. O transplante era o sonho dele. Não me conformo. Antes ainda estivesse na máquina de hemodiálise. Estaria vivo - lamenta Maria José Ferreira da Silva, de 55 anos, viúva de Joselino, que ainda deixou três filhos e uma neta de 6 anos.
Maria José chora a perda do marido Maria José chora a perda do marido
Sobre a paciente que morreu após o transplante de fígado, o diretor médico do Hospital Adventista Silvestre, Rogério Gusmão, afirmou, em nota, que lamenta o ocorrido. Segundo ele, o fígado recebido pela equipe do cirurgião Eduardo Fernandes chegou “com os exames sorológicos e funcionais, nos quais foi aprovado em perfeitas condições, gerando excelentes perspectivas para a cirurgia e para o paciente indicado para recebê-lo”. Gusmão diz também que durante todo o processo, foram seguidos de forma integral todos os protocolos previstos em padrões internacionais.
Opinião de especialistas
Médicos especializados em transplantes, que preferem não ter o nome divulgado, explicam que a equipe que faz a captação de órgãos tem obrigação de analisar o prontuário do doador, verificar se há infecção e comunicar tudo isso às equipes que fazem os transplantes. Mediante essas informações, os transplantadores decidem se aceitam ou não o órgão.
- Não há tempo hábil para realizarmos exames de cultura no órgão que vem para nós. Temos que confiar nos dados da equipe de captação - explica um dos médicos.
A captação é realizada por equipes do Programa Estadual de Transplantes (PET).
No caso do rim, o órgão é transportado dentro de três sacos estéreis, um dentro do outro, e conservado no chamado líquido de perfusão, que melhora suas condições para o transplante. O rim só é retirado do saco no momento em que é implantado no paciente. Dessa forma, o exame que apontou a bactéria KPC no líquido de perfusão indica que os órgãos doados traziam o germe que tirou a vida dos três pacientes transplantados.
As repostas dos hospitais
Hospital do Fundão
A unidade afirma que o rim foi recebido com as informações sobre condições do doador e dos órgãos por documentos de praxe, que não incluem o relatório de cavidade. “Para surpresa”, apesar de o transplante ter sido um sucesso, foi observado o crescimento da bactéria no líquido de perfusão usado pela Central Nacional de Captação e Doação de Órgãos, que foi comunicada.
Hospital Souza Aguiar
A direção afirma que notifica à Central de Transplantes os casos de morte encefálica, que passam a ser acompanhados por cirurgiões do PET, a quem cabe decidir se o paciente pode ser doador.
Hospital de Bonsucesso
A unidade disse que vai se manifestar hoje sobre o caso.
Estado admite transmissão de superbactéria
A coordenação do PET, em nota, admitiu que a bactéria que matou três transplantados foi transmitida pela doadora: “Os dados de literatura de transplante mostram uma incidência de cerca de 1% de transmissão de doenças de doadores para receptores e o PET esta dentro dessa faixa. Esse foi o primeiro caso”.
O programa afirmou que o prontuário da paciente doadora, ao qual o médico tem acesso antes de retirar os órgãos, não indicava presença de bactéria. E informou que sua equipe sempre avalia clinicamente os potenciais doadores.
“O rastreio microbiológico feito na paciente apresentou resultado negativo, ou seja, a paciente não tinha um quadro clínico séptico que inviabilizasse a doação dos órgãos”.
Apesar de o relatório de captação assinado pelo cirurgião apontar aspecto “purulento” da cavidade abdominal, o programa afirma que os órgãos retirados da paciente tinham aspecto anatômico apto para transplante.
Leia aqui a íntegra da nota do Estado
Estado admite transmissão de superbactéria em transplante
A coordenação do PET, em nota, admitiu que a bactéria que matou três transplantados foi transmitida pela doadora. Leia a nota na íntegra:
“A coordenação do Programa Estadual de Transplante (PET) lamenta o falecimento dos três pacientes e informa que o prontuário da paciente doadora, ao qual o médico tem acesso antes de realizar a retirada do órgão, não indicava cultura positiva para nenhuma bactéria. O PET informa que sua equipe sempre avalia clinicamente os potenciais doadores antes da captação dos órgãos — procedimento que atende às regras estabelecidas pelo Sistema Nacional de Transplantes. No caso, o rastreio microbiológico feito na paciente apresentou resultado negativo, ou seja, a paciente não tinha um quadro clínico séptico que inviabilizasse a doação dos órgãos. No dia da captação do órgão, a paciente voltou a ser avaliada e não apresentava nenhum sinal de sepse. Além disso, no momento da captação, o cirurgião realiza uma avaliação em que o aspecto macroscópico do órgão retirado do doador é o fator mais importante para a tomada de decisão. Os órgãos retirados da paciente apresentavam aspecto anatômico apto para o transplante.
O transplante de rim deve ser feito em até 36 horas após a retirada do órgão e o de fígado, em até 12 horas. Os dados de literatura de transplante mostram uma incidência de cerca de 1% de transmissão de doenças de doadores para receptores e o PET esta dentro dessa faixa. Esse foi o primeiro caso.
De 2010 a junho de 2013, já foram realizados 954 transplantes de doadores falecidos - 27 coração, 602 rim e 325 fígado. Somente em 2013, já foram feitos 251 transplantes de rim e de fígado - 59 de fígado e 192 de rim. Já foram captados, 63 fígados e 166 rins – entre os rins, 24 foram disponibilizados para outros estados brasileiros. Desse total de 24 rins enviados para outros estados em 2013, 14 foram antes da inauguração do Centro Estadual de Transplante, que há dois meses funciona no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, transformando a realidade de muitos pacientes do estado que precisavam buscar cirurgias em outras unidades da federação. Para se ter uma ideia dessa mudança, no mesmo período de 2012, quando não existia o CET, foram 40 órgãos enviados para outros estados.
Criado com o objetivo de aumentar o número de transplantes de órgãos e tecidos no Estado do Rio de Janeiro, o PET investiu na implantação de quatro Coordenações Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Hospital Estadual Getúlio Vargas, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Estadual Azevedo Lima e Hospital Estadual Alberto Torres). Esta iniciativa proporcionou um contato direto entre os médicos que cuidam de possíveis doadores e os familiares destes pacientes. Além disso, o PET otimizou a comunicação com a população – através do Disque-Transplante (155), do site do programa e de cartilhas distribuídas em hospitais estaduais. O trabalho de capacitação foi constante e se deu a partir da organização de cursos, entre eles, o curso espanhol Transplant Procurement Management (TPM), um dos mais conceituados do mundo. Este trabalho transformou o Estado do Rio em uma das referências nacionais na área de doação de órgãos”.
Maria José: revolta e dor com a morte do marido
08/07/13
Três pacientes que receberam um fígado e dois rins de uma mulher morta no dia 10 de junho, no Hospital Municipal Souza Aguiar, vítima de um acidente de trânsito, morreram dias depois dos transplantes, com infecção generalizada. As equipes médicas que participaram dos procedimentos em três hospitais diferentes não acreditam em fatalidade.
Exames realizados nos pacientes e no líquido em que um dos rins foi transportado apontaram para a mesma superbactéria, a Klebsiella pneumoniae (KPC), resistente a quase todos os antibióticos. No relatório assinado pelo médico que retirou os órgãos da doadora, o mais estarrecedor: “inspeção com líquido livre na cavidade de aspecto sero purulento”. Apesar de ter visto pus, indicativo de infecção por bactéria, o médico prosseguiu com a captação e não teria comunicado o fato às três equipes transplantadoras.
- A doadora estava internada há cerca de dois meses na UTI do Souza Aguiar. Pacientes que ficam longos períodos em unidades intensivas têm grandes chances de estarem colonizados por alguma superbactéria, adquirida naquele ambiente. Só isso já era um sinal de alerta. Exames de rotina são realizados ali para identificar pacientes colonizados por essas bactérias - diz Júlio Noronha, médico do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde um homem recebeu um dos rins e morreu sete dias depois.
Sonho realizado que vira pesadelo
Após cinco anos de espera, o ajudante de caminhão Josinaldo Severino da Silva, de 51 anos, recebeu no último dia 12 o tão esperado telefonema que o livraria das três sessões semanais de hemodiálise. Paciente renal crônico há oito anos, ele deveria ir imediatamente para o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde receberia um rim. Ligou para a mulher e, impaciente, nem a esperou chegar em casa, foi se adiantando. O transplante varou a madrugada, e ele acordou no dia 13 animado.
Josinaldo esperou cinco anos por um rim
Foto: Álbum de família
No dia seguinte, entretanto, os sinais de infecção já tiravam o sorriso do rosto de Josinaldo. Cinco dias depois, a bactéria KPC tirava-lhe a vida, em função de uma infecção generalizada. Um dia antes, em 18 de junho, o quadro já havia acontecido com uma paciente de 49 anos do Hospital do Fundão (UFRJ), que recebera o outro rim da doadora morta no Souza Aguiar. Sete dias antes, em 12 de junho, outra mulher que recebera o fígado dessa mesma doadora, no Hospital Adventista Silvestre, no Cosme Velho, também não resistiu.
- Meu marido entrou andando, feliz da vida, no hospital e saiu de lá, sete dias depois, morto. O transplante era o sonho dele. Não me conformo. Antes ainda estivesse na máquina de hemodiálise. Estaria vivo - lamenta Maria José Ferreira da Silva, de 55 anos, viúva de Joselino, que ainda deixou três filhos e uma neta de 6 anos.
Maria José chora a perda do marido Maria José chora a perda do marido
Sobre a paciente que morreu após o transplante de fígado, o diretor médico do Hospital Adventista Silvestre, Rogério Gusmão, afirmou, em nota, que lamenta o ocorrido. Segundo ele, o fígado recebido pela equipe do cirurgião Eduardo Fernandes chegou “com os exames sorológicos e funcionais, nos quais foi aprovado em perfeitas condições, gerando excelentes perspectivas para a cirurgia e para o paciente indicado para recebê-lo”. Gusmão diz também que durante todo o processo, foram seguidos de forma integral todos os protocolos previstos em padrões internacionais.
Opinião de especialistas
Médicos especializados em transplantes, que preferem não ter o nome divulgado, explicam que a equipe que faz a captação de órgãos tem obrigação de analisar o prontuário do doador, verificar se há infecção e comunicar tudo isso às equipes que fazem os transplantes. Mediante essas informações, os transplantadores decidem se aceitam ou não o órgão.
- Não há tempo hábil para realizarmos exames de cultura no órgão que vem para nós. Temos que confiar nos dados da equipe de captação - explica um dos médicos.
A captação é realizada por equipes do Programa Estadual de Transplantes (PET).
No caso do rim, o órgão é transportado dentro de três sacos estéreis, um dentro do outro, e conservado no chamado líquido de perfusão, que melhora suas condições para o transplante. O rim só é retirado do saco no momento em que é implantado no paciente. Dessa forma, o exame que apontou a bactéria KPC no líquido de perfusão indica que os órgãos doados traziam o germe que tirou a vida dos três pacientes transplantados.
As repostas dos hospitais
Hospital do Fundão
A unidade afirma que o rim foi recebido com as informações sobre condições do doador e dos órgãos por documentos de praxe, que não incluem o relatório de cavidade. “Para surpresa”, apesar de o transplante ter sido um sucesso, foi observado o crescimento da bactéria no líquido de perfusão usado pela Central Nacional de Captação e Doação de Órgãos, que foi comunicada.
Hospital Souza Aguiar
A direção afirma que notifica à Central de Transplantes os casos de morte encefálica, que passam a ser acompanhados por cirurgiões do PET, a quem cabe decidir se o paciente pode ser doador.
Hospital de Bonsucesso
A unidade disse que vai se manifestar hoje sobre o caso.
Estado admite transmissão de superbactéria
A coordenação do PET, em nota, admitiu que a bactéria que matou três transplantados foi transmitida pela doadora: “Os dados de literatura de transplante mostram uma incidência de cerca de 1% de transmissão de doenças de doadores para receptores e o PET esta dentro dessa faixa. Esse foi o primeiro caso”.
O programa afirmou que o prontuário da paciente doadora, ao qual o médico tem acesso antes de retirar os órgãos, não indicava presença de bactéria. E informou que sua equipe sempre avalia clinicamente os potenciais doadores.
“O rastreio microbiológico feito na paciente apresentou resultado negativo, ou seja, a paciente não tinha um quadro clínico séptico que inviabilizasse a doação dos órgãos”.
Apesar de o relatório de captação assinado pelo cirurgião apontar aspecto “purulento” da cavidade abdominal, o programa afirma que os órgãos retirados da paciente tinham aspecto anatômico apto para transplante.
Leia aqui a íntegra da nota do Estado
Estado admite transmissão de superbactéria em transplante
A coordenação do PET, em nota, admitiu que a bactéria que matou três transplantados foi transmitida pela doadora. Leia a nota na íntegra:
“A coordenação do Programa Estadual de Transplante (PET) lamenta o falecimento dos três pacientes e informa que o prontuário da paciente doadora, ao qual o médico tem acesso antes de realizar a retirada do órgão, não indicava cultura positiva para nenhuma bactéria. O PET informa que sua equipe sempre avalia clinicamente os potenciais doadores antes da captação dos órgãos — procedimento que atende às regras estabelecidas pelo Sistema Nacional de Transplantes. No caso, o rastreio microbiológico feito na paciente apresentou resultado negativo, ou seja, a paciente não tinha um quadro clínico séptico que inviabilizasse a doação dos órgãos. No dia da captação do órgão, a paciente voltou a ser avaliada e não apresentava nenhum sinal de sepse. Além disso, no momento da captação, o cirurgião realiza uma avaliação em que o aspecto macroscópico do órgão retirado do doador é o fator mais importante para a tomada de decisão. Os órgãos retirados da paciente apresentavam aspecto anatômico apto para o transplante.
O transplante de rim deve ser feito em até 36 horas após a retirada do órgão e o de fígado, em até 12 horas. Os dados de literatura de transplante mostram uma incidência de cerca de 1% de transmissão de doenças de doadores para receptores e o PET esta dentro dessa faixa. Esse foi o primeiro caso.
De 2010 a junho de 2013, já foram realizados 954 transplantes de doadores falecidos - 27 coração, 602 rim e 325 fígado. Somente em 2013, já foram feitos 251 transplantes de rim e de fígado - 59 de fígado e 192 de rim. Já foram captados, 63 fígados e 166 rins – entre os rins, 24 foram disponibilizados para outros estados brasileiros. Desse total de 24 rins enviados para outros estados em 2013, 14 foram antes da inauguração do Centro Estadual de Transplante, que há dois meses funciona no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, transformando a realidade de muitos pacientes do estado que precisavam buscar cirurgias em outras unidades da federação. Para se ter uma ideia dessa mudança, no mesmo período de 2012, quando não existia o CET, foram 40 órgãos enviados para outros estados.
Criado com o objetivo de aumentar o número de transplantes de órgãos e tecidos no Estado do Rio de Janeiro, o PET investiu na implantação de quatro Coordenações Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Hospital Estadual Getúlio Vargas, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Estadual Azevedo Lima e Hospital Estadual Alberto Torres). Esta iniciativa proporcionou um contato direto entre os médicos que cuidam de possíveis doadores e os familiares destes pacientes. Além disso, o PET otimizou a comunicação com a população – através do Disque-Transplante (155), do site do programa e de cartilhas distribuídas em hospitais estaduais. O trabalho de capacitação foi constante e se deu a partir da organização de cursos, entre eles, o curso espanhol Transplant Procurement Management (TPM), um dos mais conceituados do mundo. Este trabalho transformou o Estado do Rio em uma das referências nacionais na área de doação de órgãos”.
terça-feira, 11 de junho de 2013
INDENIZAÇÃO POR MORTE NO MARANHÃO

Prefeitura é condenada a indenizar vítima de erro médico
Homem morreu de choque anafilático após ser levado a hospital municipal.
Caso ocorreu em Bom Jesus da Selva, região oeste do Maranhão.
06/06/2013
A Prefeitura de Bom Jesus da Selva foi condenada a pagar indenização de R$ 120 mil por danos morais, reparação por danos materiais e pensão mensal de um salário mínimo à família de um paciente que morreu vítima de choque anafilático em um hospital público da cidade. A decisão é da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA).
A esposa e dois filhos do paciente ajuizaram ação de indenização, alegando que ele foi levado ao hospital municipal após sentir-se mal, em março de 2006. Chegando lá, ele foi encaminhado ao ambulatório para receber medicação injetável, falecendo 15 minutos após a administração do medicamento.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou morte decorrente de choque anafilático, uma reação alérgica intensa após contato com determinadas substâncias. Os desembargadores rejeitaram recurso do Município contra a condenação, responsabilizando-o pelos atos dos funcionários, que deixaram de realizar o teste de alergia antes da injeção da medicação.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
MENINA DE 2 ANOS MORRE

Deyse Kelly Félix da Silva, de 2 anos, ainda foi socorrida com vida.
27/05/2013
Hospital do RN apura se houve erro médico na morte de menina de 2 anos
Deyse Kelly foi baleada na perna durante briga de gangues em Mossoró.
HRTM fez raio-x, não achou a bala e liberou criança. Mais tarde, ela morreu.
A direção do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), ainda não se pronunciou oficialmente sobre a morte da menina Deyse Kelly Félix da Silva, de 2 anos, morta após ser baleada na noite da última sexta-feira (24) durante uma briga de gangues no bairro Barrocas, em Mossoró, na região Oeste potiguar. No entanto, a assessoria de imprensa do hospital confirmou que um procedimento interno foi instaurado para apurar se houve falha no atendimento.
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Deyse foi socorrida à unidade com um tiro na coxa esquerda. Depois de ser medicada, foi liberada. Mais tarde, após sentir dores, a menina foi levada à Unidade de Pronto-Atendimento do bairro Santo Antônio, onde morreu. Segundo perícia feita pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia em Mossoró, a bala que atingiu a criança estava alojada na caixa torácica, por trás dos pulmões.
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do Tarcísio Maia, uma equipe de médicos vai analisar o prontuário da menina na tarde desta segunda-feira (27). A assessoria também confirmou que um exame de raio-x foi feito na perna da menina, mas o exame não detectou nenhuma anormalidade.
O tiroteio
De acordo com a Polícia Militar, a briga de gangues aconteceu no início da noite da última sexta-feira (24) dentro de uma vila localizada na rua Calistrato Nascimento, no bairro Barrocas. Na ocasião, João Maria da Silva, de 46 anos, teria entrado numa das residências para se proteger da chuva. Logo em seguida, dois adolescentes também entraram na vila, correndo e fugindo de um terceiro rapaz que já chegou atirando. João Maria acabou baleado nas costas e morreu antes da chegada do socorro médico. Os dois adolescentes também foram atingidos pelos disparos, mas foram socorridos com vida ao hospital. A outra vítima dos tiros foi justamente a criança de 2 anos, que na ocasião também foi levada ao hospital.
Um dos adolescentes baleados tem 15 anos. Ele foi encontrado caído dentro de uma das casas, atingido com tiros na cabeça e nas costas. O rapaz foi socorrido pelo Samu para o Hospital Regional Tarcísio Maia. Segundo informações de um médico da unidade, o adolescente chegou no hospital em estado de choque hipovolêmico. Nesta condição, segundo o médico, “o coração é incapaz de fornecer sangue suficiente para o corpo devido a perda de sangue”. Não há novas informações sobre o estado de saúde dele.
O outro adolescente ferido tem 16 anos. Ele foi socorrido para a Unidade de Pronto-Atendimento do bairro Santo Antônio, sendo logo em seguida transferido para o Tarcísio Maia. Ferido no braço, ele chegou à unidade andando e passa bem.
A polícia ainda realizou diligências pela região, mas o rapaz que chegou a vila atirando ainda não foi localizado.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
LÂMINA NO PEITO

Médico atende paciente esfaqueado em MG, mas deixa lâmina no peito da vítima
Homem de 25 anos que foi atendido em hospital de Araxá após ter levado uma facada durante um assalto está com a lâmina de 11 centímetros no corpo há quase três meses
19/02/2013
A Secretaria Municipal de Saúde de Araxá (MG) investiga os motivos que levaram um médico a deixar uma lâmina de uma faca dentro do peito do paciente. Claudinei Geraldo da Silva, de 25 anos, diz que quando está caminhando chega a sentir o objeto, detectado em raio-X, se movendo. Ele foi esfaqueado no final de novembro durante uma tentativa de assalto, ocasião em que foi medicado em uma unidade do Pronto Atendimento Municipal (PAM).
Silva conta que estava na avenida Washington Barcelos quando uma quadrilha o rendeu e tentou levar sua caminhonete. Ele reagiu e foi atingido com uma facada nas costas. Levado até o PAM, o médico não teria solicitado nenhum exame, apenas providenciado alguns pontos no corte e depois liberado o paciente.
Com dores, Silva alega ter voltado várias vezes ao PAM, mas sempre ouvia que o procedimento era normal e recebido apenas a prescrição de analgésicos. O rapaz afirma que foi somente neste mês que conseguiu encaminhamento para uma ultrassonografia que constatou a presença da lâmina com 11 centímetros no seu peito.
A partir daí ele passou a lutar para conseguir autorização para fazer a cirurgia de retirada do objeto. Ele teme que a faca esteja se mexendo e possa até levá-lo à morte. "Quando mexo o braço esquerdo sinto uma ferroada muito forte", afirmou o paciente que deixou de trabalhar como pedreiro por conta das dores.
A cirurgia ainda nem teria sido marcada e talvez tenha de ser realizada em outra cidade devido a sua complexidade. No raio X é possível ver que a lâmina da faca chega a passar entre os ossos da costela.
A reportagem tentou falar com o secretário de Saúde de Araxá, Luis Fernando Alves de Castro, mas ele não foi localizado nesta terça-feira. A Secretaria informou que o paciente será encaminhado para realizar a operação de retirada da lâmina, ainda sem data definida. Também foi aberto um processo interno para apurar responsabilidades no caso. O médico que fez o atendimento e que não teve o nome revelado seria ouvido na tarde desta terça.
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