terça-feira, 27 de novembro de 2012

MORTE APÓS CIRURGIA PLÁSTICA


Alessandra Fernandes Silva, 41 anos sonhava em fazer as cirurgias plásticas

26/11/2012
Mulher morre após fazer cirurgia plástica em Governador Valadares
Dona de casa Alessandra Silva de 41 anos morreu após cirurgia estética.
Segundo médico, ela não apresentou problemas durante o procedimento.

“Um sonho interrompido”, lamenta o comerciante Wilsirley da Silva. Ele era o marido de Alessandra Fernandes Silva, 41 anos, morta em decorrência de uma embolia pulmonar no Hospital São Vicente, em Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais.

Alessandra morreu na madrugada de domingo (25), após passar por alguns procedimentos cirúrgicos estéticos. “Ela deu entrada no hospital na manhã de sábado (24) para fazer duas cirurgias plásticas, de mama e abdome. Mas quando fomos visitá-la ela estava toda enfaixada. Havia feito ainda procedimentos cirúrgicos nos lábios, nariz, rosto e nádegas. Acho estranho tantas intervenções de uma única vez”, diz Wilsirley.
Wilsirley Silva mostra o guarda roupa e afirma que a mulher era vaidosa.












Wilsirley Silva mostra o guarda roupa e afirma que a mulher era vaidosa.


Durante a noite de sábado, Alessandra fez contato com a mãe por telefone. Segundo Eva Fernandes de Lima, a filha havia consultado outro médico que se recusou a fazer a cirurgia plástica. “O médico disse que ela estava muito ansiosa e que não faria as plásticas porque poderia haver risco. Ela estava preocupada comigo, queria saber se eu estava tomando os meus remédios direito. Terminou a ligação dizendo que me amava muito”, lembra Eva Fernandes.

As complicações teriam começado depois da aplicação de um medicamento na paciente. “Ela estava bem, mas reclamava de algumas dores e que não conseguia dormir. Foi então que aplicaram um medicamento no soro e ela começou a passar mal. A notícia da morte dela pegou todos nós de surpresa”, afirma a mãe de Alessandra.

Casada há 18 anos e mãe de quatro filhos, a dona de casa sonhava com as plásticas. “Era um sonho dela, ela queria muito, mas não precisava, minha esposa era muito linda”, diz Wilsirley.

Embolia pulmonar


Em nota enviada no início da noite desta segunda-feira (26), o médico Wander Pinto, responsável pelas cirurgias em Alessandra, diz que “segundo informações recebidas via telefone, apos necrópsia, o laudo médico pericial fez o diagnóstico de embolia pulmonar a ser confirmado posteriormente através de exames complementares a serem realizados em Belo Horizonte”.

Essas complicações são causadas quando um coágulo de sangue se desprende e vai até o pulmão, o que impede a respiração do paciente. A ocorrência desta complicação é rara, mas é uma das causas de morte durante cirurgias plásticas. O paciente pode não saber que tem trombose, um dos fatores que causam a embolia durante a cirurgia.
Hospital São Vicente em Governador Valadares












Hospital São Vicente em Governador Valadares

Tempo da ação


Na mesma nota, o médico detalha o tempo de cada ação até a morte de Alessandra. De acordo com Wander Pinto, a paciente foi submetida a cirurgia de dermolipectomia abdominal e mastoplastia de aumento com inclusão de silicones, por via abdominal.

“O tempo cirúrgico foi de aproximadamente quatro horas, sem qualquer intercorrência. A paciente recebeu a visita médica às 23h30, quando foi medicada para dor. Ela estava lúcida e clinicamente estável, com funções vitais normais”, diz o médico;

Durante este período, o médico afirma que estava presente, verificou a evolução clínica e conversou com a paciente durante todo o período. Após 20 minutos da medicação retirou-se, teria orientou a equipe de enfermagem quanto aos cuidados de rotina e foi embora do hospital às 23h58.

O cirurgião plástico termina a nota dizendo que por volta das 0h50 recebeu em casa o comunicado de que Alessandra estaria passando mal.

“Em aproximadamente três minutos a equipe iniciou os procedimentos cabíveis à emergência e à tentativa de ressuscitamento da paciente. A mesma foi levada ao bloco cirúrgico com ajuda da equipe de enfermagem, continuado o procedimento de rotina para a condição de emergência, solicitado a presença do anestesista e da equipe do SAMU. A paciente entrou em quadro de medriase fixa bilateral sem responder aos medicamentos. Junto com o colega do SAMU caracterizou-se o quadro de óbito”.
O delegado do CRM em Valadares diz que o caso será apurado.













O delegado do CRM em Valadares diz que o caso será apurado.

Apuração

Alessandra Fernandes Silva foi enterrada na tarde de domingo (25). O delegado do Conselho Regional de Medicina em Valadares, Márcio Rezende garante que o caso será apurado.

"Sempre que tomamos nota de casos desse tipo é aberto um processo de apuração. Vamos averiguar a conduta do médico e as condições da morte. Pode acontecer dois casos, erro médico ou um mau resultado. Se comprovado erro médico, falha do médico, o profissional é punido, mas se for um mau resultado, algo adverso que pode acontecer a qualquer médico, não há punição. Por isso, precisamos apurar", explica Márcio Rezende.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ALIMENTO NA VEIA DE NOVO


(Foto: Reprodução/RBS TV)

Homem de 91 anos morreu após erro de procedimento em hospital de Osório(RS).
16/11/2012





Polícia investiga morte de idoso por alimento aplicado na veia no RS
Agricultor de 91 anos estava internado em Osório, no Litoral Norte.
Hospital admitiu erro e afastou a técnica de enfermagem das funções.

A Polícia Civil investiga a morte de um idoso de 91 anos no Hospital São Vicente de Paulo, em Osório, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Em depoimento, uma técnica de enfermagem admitiu que cometeu erro em um procedimento, aplicando alimento na veia do paciente. A polícia também apura a denúncia de que funcionários do hospital teriam tentado encobrir o fato, ocultando de familiares a causa da morte. Procurado pelo G1, o hospital admitiu o erro e negou que a instituição tenha tentado abafar o incidente. Familiares do idoso não quiseram falar sobre a morte.

"Lamentavelmente ocorreu esse erro de uma técnica de enfermagem. Assim que tomei conhecimento do ocorrido, determinei a abertura de processo administrattivo investigativo. Pelo que pudemos averiguar até agora, de forma alguma houve tentativa de abafar o fato. Ele foi subindo hierarquicamente, até chegar a mim", afirmou ao G1 Francisco Luiz Moro, diretor-presidente do hospital.
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Responsável pelo procedimento, a técnica de enfermagem de 37 anos foi ouvida pela polícia na tarde desta sexta-feira (16). Segundo o delegado responsável pelas investigações, João Henrique de Almeida, ela admitiu ter aplicado o líquido de alimentação na veia do paciente, em vez de usar o tubo que levava ao estômago do homem. “Sim, houve confissão formalizada. Ela admitiu ter trocado a sonda”, disse ao G1 o delegado.

O caso chegou à polícia após uma denúncia anônima, feita na quarta-feira (14), dia da morte do agricultor. Ele estava internado no hospital para tratar de problemas respiratórios. No mesmo dia, foi aberto inquérito para apurar o suposto erro hospitalar e a denúncia de que funcionários do hospital teriam tomado medidas para ocultar o erro de autoridades e familiares do paciente.

A polícia também apura uma suposta falsificação da certidão de óbito para ocultar a verdadeira causa da morte do paciente. No atestado de óbito do paciente, a causa da morte do agricultor foi determinada como “parada cardiorrespiratória e hemorragia digestiva”. "Isso não procede. Pelo que pudemos averiguar até agora, de forma alguma houve tentativa de abafar o fato. Ele foi subindo hierarquicamente, até chegar a mim", garantiu o diretor-presidente do hospital.

O delegado já solicitou a exumação do corpo do homem. Além disso, vai tomar o depoimento de todos os envolvidos no episódio, incluindo enfermeiros, médicos e familiares. “Vamos confrontar o prontuário com o atestado de óbito e outros laudos”, diz o delegado.

A técnica de enfermagem pode ser indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por imperícia. Como ela está colaborando com as investigações, a polícia não viu necessidade de pedir a prisão preventiva dela. Se a alteração de documentos for comprovada, os responsáveis também devem ser indiciados, diz a polícia. A direção do hospital ainda não se pronunciou sobre o caso.

Familiares do idoso se negaram a dar entrevistas. O corpo do agricultor de 91 anos foi sepultado na quinta-feira (15) no Cemitério Municipal Santo André Avelino, em Maquiné, sua cidade natal, vizinha a Osório. Internado por complicações respiratórias, ele deixou sete filhos.